A Google anunciou mudanças na política de monetização de conteúdo via AdSense e que vão entrar em funcionamento já a partir de setembro. A iniciativa é parte dos esforços da empresa de Mountain View de coibir a proliferação de conteúdos potencialmente perigosos ou ofensivos (mas sem necessariamente removê-los), preservando assim o usuário comum.
As mudanças são diversas e contemplam plataformas variadas. Mas, resumindo, as alterações mostram que materiais voltados a armas e/ou drogas recreativas estão entre os tópicos em revisão pela empresa, que passa a dividir a prática de monetização do AdSense em três pilares: “não monetizável”, “publicidade restrita” e “conteúdo livre”. Ao passo que a compreensão do “livre” é a mais óbvia — essa é a categoria mais “liberada” —, as outras duas requerem atenção. Veja os detalhes a seguir:
Conteúdo não monetizável
Como o próprio nome já indica, aqui entram os conteúdos que não serão recompensados de nenhuma forma, independente de contexto, audiência ou plataforma. Os editores da Google manterão aqui um foco maior de atenção, em busca de materiais que não terão nenhuma publicidade. Vale ressaltar, também, que a não monetização desse conteúdo não só significa que ele não receberá dinheiro algum, como pode, dependendo do tema e abordagem veiculados, resultar na exclusão do material e conta do usuário.
Nota-se que, além do que já se esperava, como pornografia infantil ou abuso sexual (que, além de não monetizados, provavelmente seriam desligados de qualquer forma), temos algumas opções que podem gerar confusão. É o caso, por exemplo, de “facilitação de comportamentos desonestos”. A Google não detalha o que exatamente isso significa, mas é fácil especular, por exemplo, que aquele vídeo no YouTube que lhe ensina a burlar paywalls de plataformas sociais, aplicativos e sites deve recair aqui. O mesmo vale para “softwares inseguros”, por onde são divulgados milhares de “hacks” de programas, sobretudo em smartphones.
Conteúdo de publicidade restrita
Aqui, entramos na seara do “talvez”. Pela Google, “material restrito” não é exatamente aquele privado de monetizações, mas pode ser. Tudo vai depender do crivo dos editores e moderadores nas inúmeras plataformas da empresa e, provavelmente, essa categoria deverá concentrar o maior volume de avaliações caso a caso, levando em consideração contexto da publicação, época e tom, entre outros fatores.
A questão contextual deve ter um peso maior aqui, haja vista que muitos dos conteúdos acima listados, ainda que questionáveis, podem trazer um tom mais educativo, ou de incentivo a um debate público. É o caso, por exemplo, de “drogas recreativas”: imagine que um vídeo ensinando o internauta sobre os prós e contras do uso da maconha para fins medicinais possa aparecer aqui, mas seria válido monetizá-lo em virtude do caráter acadêmico dele. Já um vídeo ensinando você a enrolar um cigarro da erva, evidentemente, seria removido do programa, ainda que trate do mesmo tema.
“Monetizar conteúdos incluídos nas restrições para nossos editores não automaticamente pressupõe uma violação das políticas”, diz a Google. “Ao invés disso, vamos restringir a publicidade neste conteúdo, em função da preferência de cada produto publicitário ou anunciante”.
Em outras palavras: conteúdo de publicidade restrita pode até ter a monetização liberada, mas ela obviamente será inferior do que aqueles conteúdos dentro de uma categoria mais livre.
Embora as mudanças já comecem a valer a partir de setembro, a Google deve levar um tempo até implementá-las por todo o seu portfólio.
Fonte: Canal Tech
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